A prosa educativa Cascudiana
Visitando pela primeira vez a casa de Luís da Câmara Cascudo, o Instituto Câmara Cascudo Ludovicus, não imaginava que daquela máquina de escrever antiga que presenciei Cascudo escrevera mais de vinte e seis mil cartas e mais de duzentos e trinta livros, as cartas podem ser vistas por todos pois vêm sendo digitalizadas de dois anos para cá, por alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
A casa localizada à Avenida Câmara Cascudo, 377, na Cidade Alta, pertencia ao sogro de Câmara Cascudo e foi construída na forma de chalé, em 1900, pelo industrial Afonso Saraiva Maranhão e adquirida mais tarde, em 1910, pelo futuro sogro de Cascudo, o Desembargador Dr. José Teotônio Freire.
Católico estudioso do folclore e da cultura popular,Cascudo mantinha em sua casa várias imagens de santos católicos inclusive uma de São José de Botas que ele dizia que a parte de cima das botas de São José, quando acariciadas pelo polegar direito por moças solteiras, garantiria a elas um casamento até o fim do ano corrente.
Vi assinaturas no que costumava ser sua biblioteca e onde recebia grandes artistas de nome nacional como Heitor Vila Lobos e Ary Barroso que deixou em sua parede a partitura da música Aquarela do Brasil.Cascudo foi agraciado com 118 comendas e condecorações e recebeu em 1977 o prêmio da Folha de São Paulo Juca Pontes de intelectual do ano.
A neta de Cascudo, Daliana Cascudo, organiza a cada dois meses uma exposição com objetos que seu avô trouxe da África em viagem que fez, em 1963, para pesquisar e que originou o livro Made in África.
Pela visita pude constatar algumas peculiaridades do escritor como o hábito dormir de rede e escrever à noite quando também costumava passear para realizar suas pesquisas. Ludovicus que em latim significa Luiz foi o nome dado a Câmara Cascudo em seu batismo,em maio de 1988.
O Instituto Câmara Cascudo está disponível para visitas de terça à sábado, das 9h às 17h, para a visita é cobrada uma taxa de R$3,00 e R$1,50 para estudantes.
