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Arte itinerante

Um verdadeiro bobo da corte conhece e faz a festa do Rei, Eduardo refere-se ao apelido que ganhou quando idealizou com artistas da cidade, em 1977, a galeria que segundo ele funcionava como o bobo da corte da sociedade e pretendia combater a ditadura com arte, a Galeria do Povo.Dessa saudosa época do bobo da corte, o rapaz Alexandre guarda lembranças de um grande ajuntamento de pessoas na Praia dos Artistas num movimento sem seleção estética ou política concebido por ele para mostrar o novo.Para esse conhecedor da história e personagens da cidade o jornal tem que ser novo todo dia.


Com exposições sempre inéditas de obras trazidas pelo povo espontaneamente, os não planejados murais montados pela equipe nas sextas a noite para serem apresentadas aos sábados e domingos, eram diagramados por Eduardo Alexandre numa forma de buscar a essência dos artistas, a alma do povo.Veículo livre de manifestação a Galeria do Povo foi realizada numa concepção de quarto poder, como se fosse um mural diante do Congresso, funcionado em tempos de ditadura como uma manifestação livre de forma artística, numa proposta surgida da necessidade de voz na sociedade que estava calada.Ali nada era comercializado.


O escritor, artista plástico e fotógrafo Eduardo Alexandre Garcia atualmente compartilha todo o seu acervo fotográfico através do seu Facebook, a facilidade de manuseio o fez deixar um pouco de lado o seu blog Alma do Beco.Também conhecido como Dunga ele pesquisa fotos antigas de Natal e material escrito que está disponível no acervo da Fundação José Augusto, além disso lançou um livro que também está disponível na internet, o "Cantões, Cocadas, Grande Ponto Djalma Maranhão".


Defensor da cidadania em defesa da cidade e também ex diretor da Sociedade Amigos do Beco da Lama e Adjacências, a Samba, Eduardo contribuiu para a realização de eventos no Centro Histórico de Natal como o Festival Gastronômico do Beco da Lama e o Pratodomundo, e para ele as adjacências continuam feias como antes mas hoje existe a referência cultural, com a realização de festas e datas que até hoje estão no calendário da cidade.


Criada através de uma concepção filosófica influenciada pela leitura de Gramsci, que afirmava que o artista tem que intervir na vida social, e nos seus estudos em ciências sociais e políticas, a Galeria do povo proporcionou uma grande movimentação na praia dos artistas e funcionou naquela época como um elemento anárquico do Estado.Nascido das reuniões no Centro Acadêmico de Medicina, hoje no Hospital Universitário Onofre Lopes, a Galeria causou burburinho na cidade por pelo menos 10 anos expondo aproximadamente 500 exposições de rua e com todas as adversidades acontecia de um modo bonito e que repercutiu para a história de combate à ditadura.


Escute o áudio das estórias que Eduardo Alexandre me contou:




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